sábado, 7 de janeiro de 2012



Não, a maior solidão é a do ser que não ama. 
A maior solidão é a do ser que se ausenta, que defende, que  se fecha, que se recusa a participar da vida humana.
A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo, e que não dá a quem o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.
O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e de ferir-se, o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo.
Esse queima como uma lampada triste,  cujo reflexo entristece também tudo em torno.
Ele é a angustia do mundo que o reflete.
Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes da emoções, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilegio, semeia pedras do alto da sua fria e desolada torre.

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